sexta-feira, 15 de maio de 2009

Cidade da Música: indícios de fraudes e superfaturamento

CIDADE DA MUSICA OU DOS GATOS
Uma obra milionária,polêmica e sem utilidade por enquanto.

Os resultados são preliminares, mas já revelam que muito mais dinheiro precisa ser gasto e que não há chance de a obra ser reinaugurada ainda em 2009. Ainda não há um prazo para a retomada das obras. Os auditores querem mais tempo para concluir a auditoria e dar uma palavra final. Mas na primeira avaliação eles já dizem que vai ser preciso, pelo menos, mais R$ 150 milhões para concluir a obra. E o tempo da obra, quando for retomada, é calculado em mais um ano. O relatório aponta indício de irregularidades e até mesmo de fraudes nos preços de algumas compras e dá exemplos: - Um microfone, que no mercado custaria pouco mais de R$ 2 mil, teria sido comprado pela prefeitura por mais de 15 mil; - Um amplificador, que valeria no mercado R$ 5,5 mil, teria sido comprado por R$ 30 mil. No total, somente com a compra de sete tipos de equipamentos de som e vídeo, o superfaturamento teria sido superior a R$ 1,3 milhão. A auditoria foi realizada por técnicos de quatro órgãos da prefeitura. Nas conclusões, eles criticam a falta de licitação e até mesmo erros grosseiros de execução do projeto da Cidade da Música. Os técnicos recomendam ainda que as informações apuradas até agora sejam encaminhadas para o Ministério Público. "Uma obra milionária, polêmica e sem utilidade por enquanto". São quase 100 mil metros quadrados onde já foram investidos R$ 409 milhões, de acordo com a antiga prefeitura. A arquitetura é grandiosa, o projeto ambicioso, mas nada funciona. A Cidade da Música, na Barra da Tijuca, começou a ser construída em 2003 e teve várias inaugurações previstas e adiadas. O custo do projeto também cresceu 500% em relação à estimativa inicial. Finalmente, em dezembro de 2009, o então prefeito Cesar Maia fez uma grande festa, mas só uma das salas ficou parcialmente pronta: a Grande Sala dos Concertos. Outras 27 salas estão inacabadas. Em algumas delas, já há até infiltrações e o material se deteriora. No dia 6 a prefeitura publicou no Diário Oficial um decreto assinado pelo prefeito Eduardo Paes prorrogando por mais quatro meses o trabalho da auditoria. Os técnicos querem prazo para que novas informações sejam apuradas e para que o prefeito possa decidir quando retoma as obras.

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